Seguidores

quinta-feira, 19 de julho de 2007

quarta-feira, 11 de julho de 2007


A cidade é um chão de palavras pisadas


A cidade é um chão de palavras pisadas

a palavra criança a palavra segredo.

A cidade é um céu de palavras paradas

a palavra distância e a palavra medo.


A cidade é um saco um pulmão que respira

pela palavra água pela palavra brisa

A cidade é um poro um corpo que transpira

pela palavra sangue pela palavra ira.


A cidade tem praças de palavras abertas

como estátuas mandadas apear.

A cidade tem ruas de palavras desertas como jardins mandados arrancar.

A palavra sarcasmo é uma rosa rubra. A palavra silêncio é uma rosa chá.

Não há céu de palavras que a cidade não cubra

não há rua de sons que a palavra não corra

à procura da sombra de uma luz que não há.


José Carlos Ary dos Santos

Teoria

Inacabado.



Quando fecho os olhos à noite a rua parece mais bonita, o encanto é diferente.
De dia, o candeeiro está morto, esquecido entre a luz forte do Sol a brilhar.
Quando fecho os olhos à noite consigo abrir um horizonte na mente.
De dia, nada disso acontece: por muito que tente, a mente não consegue trabalhar.


O dia começa na noite, o Sol rompe o Céu e atinge o seu esplendor.
A noite acolhe e abraça com o maior carinho toda a suavidade do dia
.O dia é metamorfose: o branco das nuvens mistura-se com o rasgar da chuva ou com o verde da Natureza em dor
.A noite é igual, o céu só tem a cor azul, azul de coragem e personalidade fria.

Uns são dia: iguais, inconstantes, traiçoeiros.
Uns são noite: iguais, fieís, calmos, silenciosos.
Ai! Este fascínio pelo sentir silencioso da noite... Aquela visão!

As traseiras da minha casa contam histórias de encantar
É no silêncio da noite pintada com palavras que eu consigo pensar
As traseiras da minha casa têm um lugar que é só meu
Foi no silêncio da noite em calma que tudo aconteceu.

Um dia sem sono decidi sentar me sobre quem sou
E foi nas traseiras da minha casa que tudo começou
Descobri que era a única alma acordada
Ao não ver luzes de vida, a teoria estava confirmada.
Vivo num lugar isolado, onde não ha trabalho de pensar
Pensadores como antigamente começam a escassar
Eu julgo-me alguém consciente (?)
Mas no fundo, acho que sou é demente.

Insignificance


"You can always do something else

Light up a cigarette and smoke... The joy it brings?Insignificance...

It's just one thing... It's everything, it's just one thing."

Coragem

AOS MEUS AVÓS CORAGEM

Queridos avós, hoje dia 26 de Julho de 2006, decidi escrever-vos esta carta para que possam saber o quanto vos admiro do fundo do coração!
A ti, avó, chamo-te ESPERANÇA, porque sei que foi comigo que rejuvenesceste (como me contaste há um tempo). Chamo-te Esperança porque te admiro acima de tudo! Admiro-te desde os tempos em que era pequenina. Admiro-te pelas tardes maravilhosas que passei contigo a brincar. Admiro-te por ter tido sempre a tua mão junto a mim quando precisava de adormecer. Admiro-te por teres sido a minha segunda mãe. Admiro-te por todo o amor que tive e tenho teu ; quanto aos dias de hoje, Avó, admiro-te pela força que tens em ser a resistência do avô. Admiro-te por todo o apoio que lhe dás e pela paciência que tens para compreendê-lo. Admiro-te por seres a mulher da vida de um homem! Homem esse, tenho eu a certeza, não saberia viver sem ti.

A ti, avô, chamar-te-ei RESISTÊNCIA. Chamo-te isto por, nos tempos que correm, resistires a essa doença que te apareceu. Admiro-te porque lutas contra ela. Admiro-te porque tentas ser mais forte do que ela. Admiro-te porque apesar dessa doença que tens, não deixaste de ser o avô que esperava por mim no colégio quando eu queria brincar mais um bocadinho… Não deixaste de ser o avô que ia comigo ao parque. Não deixaste de ser o avô que me levava ao supermercado para “ver o cu às gajas”!

Hoje, e mais do que nunca, guardo memórias de uns avós que eu AMO e acima de tudo ADMIRO. Eu sei que posso não estar muitas vezes presente mas quero que saibam que são um exemplo de CORAGEM para mim.

Amo-vos com o coração.

Beijinhos da Rita, vossa neta.

Este texto fica aqui postado, não devendo aqui estar. No entanto, este era um texto pessoal bastante simples que precisava de postar.

O tempo

O que distancia as pessoas é o tempo e nada mais que isso o poderá fazer. Ou melhor, nada melhor que o tempo o poderá fazer. Enquanto aqui estamos todos, cada um pertence a uma ideía.
Eu gosto de pensar que sou intemporal, conseguindo pertencer aos bocadinhos de cada um. O maior preconceito é ser preconceituoso quanto áqueles que te ensinam.

Temos os eruditos q.b, os intelectuais para e somente para o que querem - conhecem a política, os conflitos mentais de toda a História, as fiosofias mais sábias.
Temos os pretensiosos - vivem para mostrar algo que não são e que não conseguirão ser, gostam de dizer "eu quero, posso e mando" ; na verdade nainda não chegaram a ser pessoas.
Temos os representantes fidedignos da mentalidade portuguesa: deixa andar, nós «desenrascamos».
E por aqui chego a um curioso assunto. Como em todas as gerações, os jovens ganham apelidos e com eles hão-de morrer quando adultos forem. Nós, jovens pais futuros do amanhã, somos a "Geração Rasca". Pois eu direi que se nós somos rasca, o meu país é o autêntico desen"rasca". A lógica, e simplificando o mais possível, é esta: nascemos. Crescemos. Somos crianças. E, na sociedade tecnológica em que vivemos hoje, cedo começamos a consumir televisão e outros divertimentos anti-pedagógicos. A televisão tem de dar aos espectadores produto. E o que dar aos infanto-juvenis? Morangos com açucar. Big Brother. A Bela e o Mestre. Quem quer ganha. O preço certo. Por aí... Não é que eu seja uma pessoa velha, de tempos antigos ; sou uma pessoa que se lembra de ver desenhos animados com uma lição moral, lembro-me de brincar com bonecas e construir casinhas de madeira, sei que me incentivaram a ler e me apresentaram ao Mundo. ~
Hoje em dia o Mundo dispensa apresentações, chega e faz-se notar de uma forma cruel, implacável para o nosso futuro. O que somos não se baseia no que conseguimos ver nem ao bocadinho de sítio onde vivemos. Nós somos nós, primeiro. Depois somos tudo, segundo. Eu moro aqui mas faço parte de Odivelas que faz parte de Portugal que faz parte da Europa que faz parte do Mundo. E embora possamos muitos nós pensar que sozinhos não faremos a diferença, eu tenho a certeza que isso é um erro. Porque, espalhados pelo Mundo, estarão corações que o mesmo pensam. E depois de o pensarem, agarram-se à ideia de que poderão fazer a diferença e - sem nunca saberem - estão unidos a todos os que sozinhos fazem um bocadinho que (mesmo que daqui a alguns anos) fará a diferença. É essa a essência de Ser. A vida é o mais díficil de aprender. A morte vem e pronto. Não há nada para além dela.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

domingo, 8 de julho de 2007

Memórias


Contigo Aprendi


"A ver a luz descortinada da paz

A ver o movimento das ondas do mar

A sentir a brisa a passar pelo meu corpo

A ouvir os teus pensamentos em silêncio


Aprendi a ouvir o silêncio dos teus pensamentos

Aprendi a perceber com os sentidos

Aprendi que o tempo é mera ilusão

Que passa a um ritmo inconstante

Que passamos por ele na nossa própria velocidade quando assim o queremos.


Aprendi que a vida é o que fazemos dela

Que podemos vê-la com beleza ou tristeza

Que podemos mudar-nos a nós próprios

Que podemos no entanto e entretanto... Deixar falar o coração.


Contigo, assim, aprendi.."


24.10.2006, por J. P. R.

Expressões

Veneza

A vida da folha

Tatuagem
Desenhos: João Pinto Rodrigues

Obrigada



Desenho por: João Pinto Rodrigues


segunda-feira, 2 de julho de 2007

Metades

Metade de mim é o que grito, desatino, falo e faço ouvir.
A outra metade é silêncio.

Metade de mim é loucura, extravagância, animação e excentricidade.
A outra metade é vergonha.

Metade de mim é cabelo, olhos , orelhas, boca e nariz.
A outra metade é pessoa.

Metade de mim são poemas, textos, visões e críticas.
A outra metade é verdade.

Metade de mim gosta de sofrer, aprecia a dor e dá-se bem com a mentira.
A outra metade ama.

Metade de mim é aparência, vislumbre, pretensão e aspiração.
A outra metade é alguém.

Metade do que sou é mãe, filha e avó.
A outra metade é desejo.

Metade de mim é mentira, engano, desilusão e tristeza.
A outra metade é sorriso.

Metade de mim é confusão.
A outra metade mais confusa é.

Metade de mim é certeza, é amor:
a outra metade és tu.


"To change the world


Start with one step


However small


First step is hardest of al


lOnce you get your gait


You'll be walking tall


You said you never did


Cause you might die tryin"

Dave Matthews Band


São os pequenos passos que mudam o Mundo
É através de gestos que crias a essência
Quando sonhas, se nos sonhos depositares tudo de ti
Vais sentar-te sobre quem és e tocarás a ambição.


"Põe tudo o que és no mínimo que fazes"


"E depois disso? Não vale a pena? Eu, pessoalmente, acho que sim. Por pequeno que seja o gesto, ele merece sempre total dedicação. São os pequenos passos que nos levam ao alto, que nos fazem crescer... São desses passos que colhemos os frutos do que fizemos. A palavra 'comodismo' é indissociável da palavra 'mudança' uma vez que, hoje em dia, a comodidade é mais importante que a mudança necessária.É pena.É verdade que muitas vezes a mudança implica transformações radicais - quando mudamos de casa, quando alguém nos parte o coração, quando perdemos alguém importante, quando mudamos de emprego, quando somos despedidos, quando temos más notas, por aí. Mas quando temos plena consciência de que mudar é mesmo INDISPENSÁVEL para o bem-estar próprio e à nossa volta? Muitas vezes destacamos a alma do corpo e é como se assistissemos à estupidez de saber que estamos conscientes da radicalização precisa mas ficamos imóveis, estáticos; deitamo-nos sobre o cómodo que é não ter trabalho algum. E é esta mentalidade, a do "desenrasca", que muitas vezes corta o fio dos sonhos."


"Cada vez que o Homem sonha, o Mundo pula e avança"



Nota: Fotografia tirada por Marta Tavares Dias

A verdade da mentira


"Quando olhamos nos olhos de quem nos mente e conhecemos a verdade por detrás da mentira e da ocultação, nunca é fácil permitir que a performance progrida. Contudo, fingir a crença ou a não crença é imperativo para que o conflito social não se instale: basta o conflito interior que aguarda quem mente.

Mais cedo ou mais tarde... Fica sempre um peso na consciência de quem mente ou engana, directamente proporcional à dimensão da mentira, embora a "vitima" possa não se aperceber disso, até muito mais tarde, ao olhar para trás, no tempo, e descobrir que a verdade teria sido muito mais compensadora e reconfortante... Para ele e para os outros."



NOTA: Retirado do blogue www.thehakunamatata.blogspot.com.

Tempo

"O tempo corre... devagar.
Eu sigo olhando para o horizonte: Imóvel e triste. Sinto que a vida não tem sentido. Sinto que não posso chegar mais além. Vejo que de nada serve o tempo perdido. E nesse espaço de tempo há sempre alguém ; alguém que chega ; alguém que parte. Assim, continuo no transe da minha solidão.
É na saudade que falo contigo, oiço os teus problemas e desabafos. Tento ajudar, dar um pouco de mim. Volto a olhar para o horizonte... Sinto as lágrimas do oceano que inundam a tristeza.Viro o olhar para o interior da minha memória onde acabo a sós com a saudadede testemunhos de prazer..."

Por: João Pinto Rodrigues

Na noite da minha morte


Na noite da minha morte
O silêncio voltará a teer os sons
Vais lembrar-te de toda a mágoa
Fingir ser surda ao meu encanto.




Na noite da minha morte
Ninguém sentirá o meu perfume
Há-de haver velas, lágrimas e tristeza pela casa.


E um silêncio... que voltará a ter os meus sons.


Na noite da minha morte
Mãe: talvez os teus olhos cansados de chorar sejam os únicos a ver que não parti sem me despedir.
Talvez consigas ouvir, no silêncio da nossa casa, todo o riso da minha infância.
Talvez consigas sentir, no frio adeus da minha despedida, a minha mãe na tua para conseguir adormecer.
E mesmo que não consigas entender os meus sinais, nem de onde ou porque vêm...


Talvez SÓ tu não me esqueças.






P.S: poema inspirado

Baú aberto:

Acerca de mim

A minha foto
Lisboa, Lisboa, Portugal
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa

A visitar