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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Poemas Fernando Pessoa 1915-1917

Análogo


Não há a capela
Mas há a paz de crer-te
Só, rezando nela,
E eu sonhar-te é ver-te...

Nada disto é certo...
Sorris
E pairam perto
Nuvens de perfis...

Todos desconheço
A todos amo...
Na bruma me esqueço
E por mim chamo...

Mas cessou o canto
Que me fez sonhar
Este encanto...
Deixa-me não te achar...


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Solidão II


Meus caros,

sempre me disseram que existem vários tipos de solidão. A solidão por escolha própria, a solidão por abandono, a solidão por necessidade, a solidão por mera estupidez humana, enfim... Várias razões existem para que nos sintamos sós.
No entanto, creio que a solidão é nada mais que uma ferramenta para que possamos possuir essa tão estimada característica apelidada de: sanidade mental. A mim faz-me falta estar estar sozinha, faz-me falta ter este meu pequeno mundo onde soluciono as mais estranhas questões com que frequentemente me deparo. Estar acompanhado é bonito, verdade. Mas se estivermos permanentemente acompanhados será que conseguimos ser totalmente sãos? Não creio. Apesar de jovem, tenho aprendido que a companhia de muitas e diferentes pessoas me sabe bem, me tranquiliza e, principalmente!: me faz aprender imenso. É pela observação de seres diferentes (e o homem e a mulher aqui são seres EXTRAORDINARIAMENTE diferentes) que aprendo a construir um eu melhor, um eu mais maduro, um eu construído com retalhos de várias caras, feitios e corações.
Contudo, a possibilidade deste meu eu tão peculiar deve-se somente à solidão que me permito praticar. À solidão que me permite repousar em mim e agarrar todos os bocados de mundo que dou a conhecer e vice-versa. É nesta tão boa solidão que me desnudo e me apresento a mim própria, despida de medos, de choros, de tristezas, de alegrias, de batalhas e guerras já passadas...
E enfrento novas, todos os dias. É esta minha solidão que me permite absorver bocados de mundo e de mim para mais tarde os juntar e, criar (bem, creio eu), esta Rita, que sou eu.

Lamento se o texto parecer confuso mas estou doente, tenho a cabeça a mil e tinha saudades de escrever. Em breve novos poemas!

Rita Tavares Dias

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Solidão

Quando temos coragem de libertar fantasmas há muito presos dentro de nós
Quando temos coragem de libertar medos e angústias já vivos neste corpo que é nosso
Quando nos permitimos dar um passo em frente no abismo
Quando somos capazes de inventar e reinventar o nosso mundo interior

Só quando nos permitimos, a nós próprios dar um passo em frente e, mesmo quer por breves instantes, perder aquele medo que quem vive conhece... Só aí, nunca em outra altura seremos simples e puramente: nós.

O nosso eu.

Puff. Saltei.

Baú aberto:

Acerca de mim

A minha foto
Lisboa, Lisboa, Portugal
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa

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