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quarta-feira, 11 de julho de 2007

O tempo

O que distancia as pessoas é o tempo e nada mais que isso o poderá fazer. Ou melhor, nada melhor que o tempo o poderá fazer. Enquanto aqui estamos todos, cada um pertence a uma ideía.
Eu gosto de pensar que sou intemporal, conseguindo pertencer aos bocadinhos de cada um. O maior preconceito é ser preconceituoso quanto áqueles que te ensinam.

Temos os eruditos q.b, os intelectuais para e somente para o que querem - conhecem a política, os conflitos mentais de toda a História, as fiosofias mais sábias.
Temos os pretensiosos - vivem para mostrar algo que não são e que não conseguirão ser, gostam de dizer "eu quero, posso e mando" ; na verdade nainda não chegaram a ser pessoas.
Temos os representantes fidedignos da mentalidade portuguesa: deixa andar, nós «desenrascamos».
E por aqui chego a um curioso assunto. Como em todas as gerações, os jovens ganham apelidos e com eles hão-de morrer quando adultos forem. Nós, jovens pais futuros do amanhã, somos a "Geração Rasca". Pois eu direi que se nós somos rasca, o meu país é o autêntico desen"rasca". A lógica, e simplificando o mais possível, é esta: nascemos. Crescemos. Somos crianças. E, na sociedade tecnológica em que vivemos hoje, cedo começamos a consumir televisão e outros divertimentos anti-pedagógicos. A televisão tem de dar aos espectadores produto. E o que dar aos infanto-juvenis? Morangos com açucar. Big Brother. A Bela e o Mestre. Quem quer ganha. O preço certo. Por aí... Não é que eu seja uma pessoa velha, de tempos antigos ; sou uma pessoa que se lembra de ver desenhos animados com uma lição moral, lembro-me de brincar com bonecas e construir casinhas de madeira, sei que me incentivaram a ler e me apresentaram ao Mundo. ~
Hoje em dia o Mundo dispensa apresentações, chega e faz-se notar de uma forma cruel, implacável para o nosso futuro. O que somos não se baseia no que conseguimos ver nem ao bocadinho de sítio onde vivemos. Nós somos nós, primeiro. Depois somos tudo, segundo. Eu moro aqui mas faço parte de Odivelas que faz parte de Portugal que faz parte da Europa que faz parte do Mundo. E embora possamos muitos nós pensar que sozinhos não faremos a diferença, eu tenho a certeza que isso é um erro. Porque, espalhados pelo Mundo, estarão corações que o mesmo pensam. E depois de o pensarem, agarram-se à ideia de que poderão fazer a diferença e - sem nunca saberem - estão unidos a todos os que sozinhos fazem um bocadinho que (mesmo que daqui a alguns anos) fará a diferença. É essa a essência de Ser. A vida é o mais díficil de aprender. A morte vem e pronto. Não há nada para além dela.

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"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa

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