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quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Desabafo


Agarrei-me a ele como refúgio da solidão. Ele depressa me perguntou porquê, se eu não tinha necessidade. Quando olhamos para o nosso espelho tendemos a deixá-la correr; ela corre... mas não por tristeza, não por arrependimento, corre e escorre porque fomos capazes de tocar a humildade.

Nada

"Passo tempo demais comigo."
Mas que verdade irrefutável.
O pensamento, em constante viagem pela inconsciência, é o meu grande amigo.
A inconsciência, eu garanto, é inviolável.

Divago por não saber.
Não dá para ser segredo.
Ele diz sempre "shhh".
Comprendeer não vem nunca da sabedoria, provém da singela palavra querer.

20/10/2006

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

O cheiro

Há uns tempos entrei numa loja de quadros, aquelas lojas que reparam quadros antigos e emolduram. Quando entrei, senti-me noutro lugar, fora de tudo. Senti um agradável cheirinho a antigo, aquele cheiro da madeira que convida a uma tarde inteira a olhar para quadros que não sabemos o significado mas que nos dá prazer observá-los. Eu fiz isso. Ia buscar uma moldura antiga, um pouco esquecida já, e dei por mim a passear dentro de uma minúscula lojinha, cheia de histórias. Ficou-me na memória um quadro, uma tela com uma senhora (extraordinariamente bem desenhada) ; tinha um rosto branquinho, uns olhos esbugalhados e sorria como se nada fosse. Sorria como se ali estivesse para me dizer que o "o mau já passou". Fiquei fascinada. E depois aquele cheirinho... Não há igual.

Eu sei

Pai, disseste tu para eu não escrever com o coração.. Mas esta música continua a ter o significado que lhe deste:

It's amazing how you can speak right to my heart
Without saying a word, you can light up the dark

The smile on your face let me know that you need me
That's a truth in your eyes sayin' you'll never leave me
The touch of your hand says you'll catch me .. Wherever I fall

Cuz' you say iot best: when you say nothing at all

Querido Pai, tenho saudades de ir ao jardim zoológico contigo. Tenho saudades dos dias em que calçavas umas Dock Martins para fazeres barulho a imitar o Pai Natal a cair na chaminé. Tenho saudades de ir à piscina das maçãs contigo e de ir comer marisco. Tenho saudades tuas Pai. Não penses que isto é só uma coisa do coração, sentimental, essas tretas todas. Fazes-me falta às vezes, é só isso. E aqui fica um pirosise destas para nunca te esqueres.

Para sempre o meu "Papá Urso" e a tua "Filhota de Urso"

Cartilha dos Amores Secretos



"Descobrimos o que está escondido, mas enganamo-nos sobre o que é evidente."

Madame de Stael

Pois é. Há que pensar e repensar esta frase. Claro está que quando me pus a ler o livro (já agora, comprei-o na Valentim de Carvalho que está com óptimas promoções de Literatura) e dei com esta frase, pensei imediatamente em coisas do coração. Mas depois de a ler bem entendi que se aplica a tudo na vida. Ultimamente apercebi-me do quão efémeras são as coisas. O que é, afinal, um amigo? Uma pessoa que ajuda no bem e no mal? Mas que também nos abre os olhos, claro está.. Poucos amigos tenho eu. Mas os que tenho, aprecio. E, a propósito de uma conversa que tive, percebi que numa situação realmente trágica nenhum amigo abdicaria da sua sobrevivência por mim. Mas é assim, as coisas como elas são. E enfim.. Porra para o Natal, estou nostálgica. Claro está que a música de Natal que a minha mãe insiste em ouvir um mês antes, nada ajuda. Socorro. Socorro ao quadrado..

Uma partida sempre igual


Eu peço que esta noite, pelo menos este ano, seja especial.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006


JULGAMENTO
O réu sentou-se e julgaram-no.
O réu era réu por não ser igual.
CULPADO. Quem ditou a sentença foi o comportamento.
O réu declarou inocência.
O juíz foi implacável.
No fundo, o inocente culpado só era diferente.. na transparência.
Rita, 2006
:: Um dia, alguém há-de perceber.

Baú aberto:

Acerca de mim

A minha foto
Lisboa, Lisboa, Portugal
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa

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