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sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Se eu morresse hoje

Ao ouvir "Jonh Mayer - Quiet", cada vez mais tenho a certeza que (definitivamente, tenho a certeza) não consigo encontar o silêncio dentro de mim. Nesta altura da minha vida está tudo virado ao contrário...
É uma constante luta de sentimentos, um constante esforço para saber dominar e controlar tudo o que faz parte de mim, do que sou e do que quero ser. Por um lado vejo o passado que não devia ter sido assim (mas que, por 'mea culpa', já está escrito) e devia ter sido assado. Abdiquei, por vezes, do que gosto, de quem sou, de quem me faz falta ser... Para viver outra personagem que não a minha. Deixei-me cair nas patetices do amor que dura, do amor que quer... Do amor, que afinal, nunca esteve. E foi assim que aprendi que as coisas boas não duram sempre, que me iludi, que cirei o mundo em que quis acreditar mas cujos alicerces sempre tão oníricos depressa se desfizeram. E aqui estou hoje, sozinha, mais que nunca! Rodeada por um vazio com o qual não sei lidar e que tão depressa me assusta como me fascina...
A minha irmã diz que estou insuportável, mal-educada. Eu pergunto-me: porquê?
Como é que cheguei a um ponto em que não tenho controlo sobre quem sou e deixei de me conhecer por completo?

O mundo está de pernas para o ar.

(...)

De qualquer forma, se morresse hoje não morria feliz porque os que mais amo não estão felizes. Se morresse hoje não morria satisfeita nem com o sabor de me ter esforçado. É por isso que vou demorar a morte, pelo menos por enquanto...

Não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe.



6 comentários:

Restaurante " O FIALHO" disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Restaurante " O FIALHO" disse...

Amigo meu tem que ser artista.
Desculpem-me, senhores,
mas amigo meu tem que ser artista.

Os meus amigos sabem carregar pérolas
dentro de si.

Capturam a beleza nos pequenos,
libertam a pequeneza dos grandes.

Transformam flor em assunto,
assunto em viagem,
viagem em mundo.

Têm arte nos olhos,
moldam a vida
argilosa.
Ardilosa.
Têm dedos ágeis.

Amigo meu sente.
Fecha os olhos.
Transforma o corpo em canção.
Sente as notas musicais no ar
e suspirando organiza-as.
Pega palavras ao vento,
torna-as vivas.
Amigo meu pisa no palco.
Dá formas às cores no papel.

Desculpem, senhores,
não consigo fazer-lhes companhia.
Vocês não vivem arte.
Mergulham em tons de bege
e enfadonhos desertos.

Procurarei por meus amigos
fruta-cor.
Fosforescentes.

Meus amigos não são actores.
Nem pintores, nem dançarinos.
Eles não compõem nem esculpem.
Meus amigos não são rotuláveis,
explicáveis,
entendíveis.
São apenas artistas.
Têm o belo cravado na essência,
o poético enraizado no ser
e não escravizam lágrimas.

Carlucci

Restaurante " O FIALHO" disse...

I could dance with you until the cows come home.
On second thought I'd rather dance with the cows until you come home.

PS: Se voltas a escrever coisas destas encho-te de porrada!!!

: )

Carlucci

Restaurante " O FIALHO" disse...

Age is not a particularly interesting subject.
Anyone can get old.
All you have to do is live long enough.

Groucho Marx

Anónimo disse...

A tua irmã não te acha insuportável... não sejas injusta. Sê razoável e verás que, por vezes, te revoltas contra quem mais gosta de ti. Mas a tua irmã compreende... apesar de ter mau feitio, compreende.
E agora, deixa-me!
;p

Cate disse...

Aqui está um texto bem sentido e do qual eu até gostei, mesmo que seja triste. É uma pena teres abdicado de tanto de ti. Mas como não há mal que dure para sempre, força aí Ritinha. Isto dito por alguém que nunca te foi demasiadamente próximo, mas que até gosta de ti, estranhamente. :)

Baú aberto:

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Lisboa, Lisboa, Portugal
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa

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